segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Dicas para cicloviagem - por Claudia Franco

Classifico as cicloviagens e seu grau de dificuldade de acordo com a infra-estrutura disponível para que a mesma se realize.
As cicloviagens podem ser feitas sozinho, em grupo, com apoio ou sem apoio.
A cicloviagem realizada com apenas um ciclista e sem apoio é a que considero mais desafiadora em termos de segurança e dificuldade na solução de imprevistos.
A cicloviagem em grupo tende a ser mais segura e se contar com apoio é a melhor delas também no que se refere a segurança e solução de imprevistos.
Ao optar por participar de uma cicloviagem o ciclista deverá definir que tipo de viagem deseja fazer, ou seja, com mais ou menos riscos.
Para aqueles que querem participar de uma cicloviagem sem a menor preocupação e com maior segurança, recomendo que opte por cicloviagens organizadas por empresas especializadas no segmento. Como há muitas empresas prestando este tipo de serviço, antes de se aventurar a fechar os pacotes, consulte amigos e pegue referências para não cair em uma enrascada.
Para os ciclistas que tem mais experiência a viagem em grupo sem apoio é uma boa opção. Vou focar as minhas dicas neste tipo de cicloviagem, pois é o tipo de cicloviagem da qual mais participei.

Aumente sua chance de sucesso. 

Esteja atento aos seguintes aspectos:
1- Liderança: É importante que o grupo tenha um líder, seja uma pessoa que o grupo escolha ou que surja naturalmente. Via de regra, quem organiza a viagem acaba sendo o líder também.
2- Segurança: A segurança permeia vários aspectos, sendo os principais:
a. Sua bicicleta deve estar revisada, pneus, freios e marchas.
b. Necessário ter ferramentas adequadas para troca e reparo de pneu e câmera, uma bomba para encher a câmera, ter uma câmera sobressalente, ferramenta para conserto de corrente, um “power link”é sempre muito útil (trata-se de um elo de corrente especial utilizado para facilitar a instalação e retirada da corrente da bicicleta). Uma gancheira também é um item que recomendo, pois se a gancheira quebra a sua viagem estará comprometida. A gancheira é a peça que prende o câmbio traseiro ao quadro, possibilitando que se movimente livremente para conduzir a corrente nas trocas de marcha.
c. A escolha de um bom bagageiro para a sua bike é importante. Verifique a qualidade de acordo com o peso que deverá suportar. Se for usar uma mochila ressalto que a mesma deva ser estruturada para não ficar balançando nas costas e deve ter alças para prender no tórax e também na linha da altura do quadril, estas alças darão mais estabilidade a mochila e conseqüentemente ao seu pedal.
d. Você é o responsável por sua própria segurança, portanto mesmo que o terreno seja propício não fique tentado à prática de altas velocidades e/ou manobras mais arriscadas. A cicloviagem é para curtir a paisagem, os amigos, o passeio. O nome já diz, é passeio e não competição.
e. Consciência de Grupo: Fundamental para a sua segurança e do próprio grupo manter uma distância máxima onde seja possível ter visão do seu parceiro da frente ou de trás. Nunca se aparte do grupo, por isto a distância máxima precisa ser estabelecida e respeitada. Atenção: se um membro fica para trás por mais de 1 minuto, um ou dois membros do grupo devem voltar no percurso para eventual apoio, em especial quem possua ferramentas e experiência em caso de acidentes.
f. Conhecer detalhes e obter informações relevantes a respeito das trilhas a serem percorridas. Fundamental fazer o mapeamento antecipado. É importante para a segurança que todos estejam cientes das dificuldades das trilhas, tenham o mapa atualizado ou equipamento como GPS para garantir que o grupo não se perca. Certifique-se de que trilhas que existiam há 10 anos atrás continuam existindo. Cicloviagem não é pedal exploratório.
3- Itens de primeiros socorros e alguns outros: Água oxigenada, atadura, curativo, protetor solar, repelente e Hipoglós (assaduras podem ocorrer em viagens longas.)
4- Sua bagagem: Seja econômico com sua bagagem levando apenas o necessário. Quanto mais longa a viagem pior será o efeito Tempo x Peso. Quanto maior a duração do percurso maior será a sensação de peso.
a. Quanto às roupas, leve o estritamente necessário, a sua roupa para pedalar se possível que seja uma só, lave a noite para usar no dia seguinte, leve uma troca de roupa para usar quando chegar ao destino depois do pedal. Para frio ou chuva leve um corta vento com capuz e mangas longas, combinado com manguito é uma ótima opção para se proteger do frio, uma “segunda pele” também é boa opção. Não leve nada que faça volume. Leve roupas fáceis de serem empacotadas, que sequem rápido, feitas em dryfit ou outro material.
b. Recomendo que coloque suas roupas em sacos plásticos do tipo zip lock ou embalagens que vem com as roupas de cama, este tipo de embalagem é ótimo além de muito prática. O plástico é importante para proteger a sua roupa da água. Se chover durante o percurso a sua mala vai molhar muito e o plástico evitará que sua roupa se molhe.
c. Recomendo levar uma toalha de alta absorção. São excelentes, leves e não ocupam espaço. 5- Trilhas: Ao definir a cicloviagem fique atento à relação Distância X Dificuldade da trilha. O ideal é que quanto mais longo o percurso, menos desgastante seja. Percursos muitos longos com trilhas de muita dificuldade aumentam as chances de “baixas e desistências de integrantes do grupo”, bem de acidentes e quebra de equipamentos.
5- Nível de experiência e preparo físico dos integrantes do grupo: O ideal é que todos os integrantes do grupo tenham níveis similares de preparo físico para a trilha definida para a cicloviagem. Caso isto não seja possível é fundamental lembrar-se que a velocidade e o tempo para percorrer a trilha serão estabelecidos pelos integrantes de menor preparo. Ninguém deve ser deixado para trás ou ser forçado a fazer um esforço físico maior que sua capacidade.
6- Hidratação e alimentação: Levar líquidos e alimentos adequados como isotônicos, água, frutas secas, gel, em quantidade suficiente para o percurso do dia. Comidas leves e ricas em proteínas e carboidratos são as mais indicadas. Reabasteça seus alimentos e líquidos nos locais de parada.
Não conte com a sorte, nem sempre haverá fontes de água disponíveis pelo percurso. Se houver, pare e aproveite para abastecer, mesmo que seja apenas para completar.
A hidratação é fundamental, a perda de 5% do liquido do seu corpo pode representar uma queda em 70% de seu desempenho. Banana desidratada é uma excelente opção, pois ajuda a repor o potássio evitando possíveis câimbras.
7- Planejamento: Por mais experiente que o grupo seja, o planejamento é muito importante para o sucesso da viagem. O tipo de planejamento para uma cicloviagem é operacional, pois o enfoque deve ser dado nas atividades e tudo o que for necessário para que a viagem aconteça com o mínimo impacto devido a imprevistos. Planejar e organizar a viagem com o máximo de detalhe possível nunca será em demasia, pois imprevistos acontecem e se você se preparar para o pior cenário certamente estará preparado caso tenha algum evento desagradável.
8- Onde se hospedar: No planejamento, procure na internet alguns endereços de pousadas e hotéis nas cidades onde pretendem parar, pegue indicação com amigos. Não deixe para fazer isto ao chegar o destino super cansado depois de pedalar o dia, neste momento ninguém vai ter disposição para encontrar uma pousada ou com boa relação custo benefício. Certifique-se também de obter informações corretas sobre o local de acordo com seu destino, para evitar que erros de comunicação comprometam seu passeio.
9- Respeito: Respeitar horários, ritmo da viagem, e tudo o que foi planejado e acordado entre o grupo é fundamental. O consenso deve prevalecer e acima de sua vontade está à vontade do grupo. Respeito, solidariedade e companheirismo devem ser a tônica do grupo. Portanto pense enquanto grupo deixando de focar apenas em suas questões pessoais.
10- Transporte das bicicletas: Caso a volta da cicloviagem ou mesmo em parte da ida seja necessário o transporte da bicicleta em ônibus ou avião, certifique-se antecipadamente com as companhias a possibilidade e os custos envolvidos para transportar a sua bicicleta, algumas companhias aéreas cobram, outras não, algumas companhias de ônibus permitem o transporte e outras não, mesmo existindo legislação favorável ao transporte.
11- Documentar a viagem: Não se esqueça de máquina fotográfica e filmadora. Verifique seus equipamentos antes da viagem, se baterias estão carregadas, se as memórias terão espaço suficiente. Nada mais frustrante do que ficar sem as imagens de suas aventuras.
O objetivo da cicloviagem é diversão, é curtir com os amigos o prazer de pedalar e chegar ao destino com o seu próprio esforço físico. Lembre-se que o seu grupo não é um mero somatório de pessoas, ao contrário disto é uma unidade de pessoas, amigos, com objetivos comuns, portanto faça da sua participação algo prazeroso para o grupo, seja gentil, pois o modo como você trata as pessoas determina quem você é!*
*Frase do livro o Poder da Gentileza – Rosana Braga.

Dicas Só para Mulheres

 1-      Evite viajar no seu período menstrual. Além do possível estado de TPM, há o desconforto de não ter banheiros a disposição para a sua higiene pessoal. As cicloviagens são longas, os lugares são mais ermos. Portanto fique atenta ao seu calendário pessoal.
2-      Cuidados com a pele. Proteja-se ao máximo, use protetor solar até quando o tempo estiver nublado. Use protetor solar em todas as partes expostas do seu corpo. No rosto passe um protetor solar fator 100. O sol envelhece muito, por isto nunca deixe de usar o protetor e é aconselhável repassá-lo a cada 2 horas. Lave bem o rosto depois do pedal e hidrate.
3-      Use o capacete que tem aba frontal por menor que seja haverá sempre uma sombra sobre o rosto.
4-      Use óculos, pelos motivos de segurança claro, mas os óculos também ajudam a proteger a área ao redor dos olhos.
5-      Quanto ao cabelo o ideal é prendê-lo se for comprido. Use prendedores ao logo do rabo de cavalo ou trança, isto vai evitar que seu cabelo embarace e também o protegerá um pouco mais contra poeira e sol. A bandana ou lencinho além de proteger os olhos do suor que escorre da testa ajuda a proteger a parte de cima do cabelo. O sol, mais o suor e a poeira formam um trio que podem danificar em pouco tempo os seus cabelos. Há vários tipos de protetor solar especifico para os cabelos, lance mão deles. A hidratação mensal é fortemente recomendada.
6-      Com relação às unhas, use esmaltes claros, pois os vermelhos ao descarem darão um aspecto ruim. Lembre-se que na cicloviagem nem sempre haverá tempo para cuidados com as unhas. Deixe as unhas bem aparadas, com esmalte claro e use o protetor solar nas mãos também. Leve uma pequena lixa de unha em sua bagagem, não há nada mais incomodo que uma unha lascada.
7-      A sua bagagem para a cicloviagem deve conter o mínimo necessário, lembre-se que o peso da mesma pode inviabilizar a sua viagem ou dificultá-la muito. É vendido em farmácias e supermercados kits especiais para viagem, com vidrinhos e potinhos onde você vai colocar a porção exata de shampoo, condicionador e hidratante para todos os dias da cicloviagem. Além destes itens leve apenas a lixa de unha, o protetor solar, um batom e rímel. Esqueça o restante  de cosméticos que está acostumada a usar se sua viagem for sem apoio, pois não há espaço na bagagem que irá levar consigo na bicicleta.
8-      As pernas são as primeiras a sofrerem arranhões, batidas, etc. Para evitar que sua perna fique com manchas roxas ou para suavizá-las use pomadas ou gel específicos para esta finalidade. É vendido em farmácias.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015


Relato Projeto SARAMARÉ 2010 (Viagem de bike Salvador/Aracaju/Maceió/Recife)



Galeria de fotos do Projeto SARAMARÉ

                     Um sonho permeava a mente de vários amigos apaixonados pelo pedal: viajar de Salvador-BA a Recife-PE de bike, mas evitando estradas movimentadas e curtindo uma parte do belíssimo litoral nordestino e seus locais mais pitorescos, num percurso bem relaxado e muito atrativo, em cerca de 09 ou 10 dias sem pressa e num ritmo tranquilo.
                     Assim surgiu a ideia do Projeto SARAMARÉ 2010, que consumiu alguns meses de planejamento e muitos preparativos, a começar pelo número de ciclistas, não muito grande e aos pares, para facilitar a logística das acomodações nas cidades escolhidas para pernoite.
                     Então, ficaram definidos 04 amigos de longa data para esta aventura, listados por ordem de idade: Margson Augusto(55), Luiz Vale(53), Marco Leal (52) e Daniel Rios(33), o mais “chupeta” do grupo entre tantos “velhinhos”...O somatório das idades? Bem, deixa pra lá, é muito alto...E isso tudo ainda em plena Copa do Mundo de Futebol, mas com o Brasil já eliminado, o que nos deixava à vontade só pra pensar em pedalar...
                    Nossas bikes? Margson com uma Kona Cinder Kone laranja, Luiz com uma Mônaco preta, Marco com uma Kona Fire Mountain vermelha e Daniel estreando uma Specialized aro 29, de cor branca, mas com fita adesiva preta para proteção e camuflagem...Todas elas tipo MTB, prontas para as trilhas que deveríamos enfrentar.
                     Mapeamento feito através do Google Earth e do Guia Quatro Rodas, tábua de marés, regime de ventos, previsão do tempo na região, check-list, metas diárias e locais de pernoite, tudo em dia! Divisão de suprimentos e ferramentas entre todos, decidimos que partiríamos de ônibus da Itapemirim, de Recife para Salvador, às 18:45hs de um domingo, dia  04 de Julho de 2010, iniciando nossa aventura logo após a chegada, já na manhã seguinte.
                   Despedidas calorosas das respectivas famílias, uma oração conjunta para pedir a proteção divina para a nossa “loucura”, na hora do embarque surgiu logo o primeiro problema: o despachante das bagagens, primeiro, não queria embarcar as bicicletas; depois, disse que só iriam se sobrasse vaga após o embarque das bagagens dos passageiros; por último, após muita negociação com o Marco, aceitou que nós mesmos colocássemos as bikes lá embaixo, amarradas com sticks, mediante a quantia de R$ 20,00 cada uma, por excesso de bagagem; nova rodada de negociações e o Marco fechou por R$ 10,00 cada bike, o que deixou tudo em paz, finalmente, para partirmos.
                   Com mordomia a bordo (TV, ar condicionado, lanchinho e cobertor!), partimos para Salvador no horário certo, com previsão de 13 horas de viagem, uma a mais que o normal, já que iríamos por Caruaru-PE e Messias-AL nas BR-232 e 104, devido à BR-101 estar interrompida por causa das enchentes em Palmares-PE. Numa parada perto de Aracaju para um xixi, no meio da madrugada, o ônibus deixou o terminal de passageiros para ser limpo na garagem, o que deixou o Daniel perplexo e desesperado vendo o ônibus ir embora...Coitado, que susto, pensou que ia ficar!
                    No caminho, ficamos de olho na estrada que iríamos passar em pouco tempo, principalmente a Linha Verde, entre Aracaju e Salvador. Assustou a gente pela chuva, pelos longos trechos sem apoio de postos ou cidades, e pela beleza da estrada sem movimento e um belo acostamento...
                   Chegamos numa rodoviária pequena, bem acanhada e já íamos desembarcando, quando o motorista anunciou Camaçari...Voltamos, lógico, para nossas confortáveis poltronas, curtindo de montão aquela maciez que em breve nos deixaria saudades...Trocar pelo selim das nossas bikes não parecia uma grande pedida, né?
                 Finalmente chegamos em Salvador, às 09:10hs do dia 05 Jul, com uma hora de atraso devido ao horário de rush na capital baiana, ainda um pouco cansados pela noite mal dormida, mas muito ansiosos pra começar nosso pedal. Aí, no desembarque, chega um passageiro do nosso ônibus, muito gaiato, e brinca: “Ainda bem que vocês não vão pedalar isso tudo pra descontrair, hein?” Tomou o maior susto quando dissemos que sim, na verdade íamos fazer isso tudo de volta só pra descontrair...Ficou com cara de bobo e boca aberta, mas no fim desejou boa sorte pra nós, como todos no ônibus...Quanta loucura, devem ter pensado!
                Após o desembarque, montagem completa das bikes na configuração de estrada, nos equipamos completamente, com todos os itens de segurança inclusive, e partimos para um lanche reforçado na rodoviária mesmo, fazendo o famoso “marmitão” da manhã pra aguentar um dia inteiro de pedal.
                Umas fotos iniciais da nossa aventura na bela Salvador, e partimos às 09:50hs para o nosso primeiro dia de pedal rumo à Praia do Forte-BA, meta final e local do primeiro pernoite, 70 Km planejados pra ir acostumando nosso organismo e as “partes baixas”, ou o “caminho das índias”...
                Ficamos espantados com o redutor de velocidade(lombada) na ciclovia e também na faixa de pedestres na orla baiana, deve ser pra não ultrapassar o limite de velocidade, ou pro baiano não ficar cansado...Foi devidamente registrado em fotos, pra poderem acreditar na gente...Margson aproveitou que íamos para a Bahia e comprou pra bicicleta dele umas tampinhas de pneu com luzes que acendiam em movimento, na frente azul e atrás vermelha...E o Luiz com um monte de fitinhas do Senhor do Bonfim no guidão...Tudo coisa de baiano!!!! Mas útil, né?
               No caminho para a Praia do Forte, algumas curiosidades: a barraquinha de bananas do Sr. João (mesma idade do Margson, mas bem acabado por causa da bebida), onde acabamos com seu estoque da fruta e nos indicou que faltavam só 12 Km quando, na verdade, faltavam 40 para chegarmos...E três “bichas loucas” que ficaram doidinhas pelo Marco numa praça que paramos em Arembepe pra hidratar (que derrota!!!)...
              Chegamos, pela Estrada do Côco (duplicada e ótimo acostamento), na Praia do Forte, um local muito aprazível e charmoso, às 16:45hs e rumamos direto para a Pousada Mirante do Forte, do amigo carioca do Margson, o Marco Aurélio, muito boa-praça e que nos levou pra comer a nossa primeira macarronada da jornada, de longe a pior delas...Porque? Apesar de saborosa, era muito pouco macarrão, daí o nome: macarrãoNADA... Pagamos R$ 96,00 no total, um absurdo, saímos ainda com muita fome e fomos direto para uma padaria comer pão doce pra encher a barriga...Aprendemos, né?
             Bem, neste primeiro dia de viagem, foram 81 Km percorridos (aferidos com a marcação da estrada), 17 Km/h de média, somente uma chuva, 21 subidas (paciência pra contar todas elas...), um ótimo pernoite por R$ 40,00 cada um.
            No dia seguinte, 06 Jul, após um reparador descanso, surpresa: o primeiro pneu furado, o dianteiro do Margson, consertado antes do café-da-manhã. Lógico que, com o barulho, acordamos quase todo mundo na pousada...
            Tomamos um excelente café, preparando o “marmitão” para o dia inteiro de pedal e partimos para algumas fotos da bela praia, da igrejinha e da vila (muito simpática!). Como não podia deixar de ser, Marco e Daniel, ainda não satisfeitos com o pedal do dia anterior, deram uma volta num quadriciclo de aluguel para turistas, fazendo muita algazarra e pagando o maior mico em plena pracinha...
             Paradinha pra comprar água numa mercearia, e partimos para a estrada às 09:10hs, um pouco mais tarde que pensávamos, com destino a Sítio do Conde-BA, distante cerca de 100 Km dali, pela Linha Verde, agora em faixa simples, mas com ótimo acostamento e poucos pontos de apoio. Num destes, um posto com restaurante, o Margson, com muito estardalhaço na chegada, quase leva o tombo mais gozado do mundo, sentado no chão, e provoca muitas risadas de todos que passavam...Ia esquecendo de tirar o pé do pedal com clipe...
            Neste segundo dia, surgiram as primeiras subidas, algumas monumentais mesmo, nos desafiando o tempo todo. A média teimava em ficar baixa, a viagem não rendia, as chuvas aumentavam de intensidade e, para piorar, a proximidade do pôr-do-sol e a perspectiva de cair a noite na estrada, e com muita chuva...Marco e Daniel foram na frente pra não pegar a noite, chegando às 17:45hs. Margson e Luiz pegaram um pedal noturno legal com lanternas, um relax na escuridão...No caminho, um bêbado na pista quis dar um abraço no Luiz... Quando chegaram em Sítio do Conde, às 19:00hs, já estava engrenada a Pousada Natureza, do amigo Bito, e uma belíssima macarronada, com fartura, que pagamos, no total, R$ 25,00 com prazer. Por este pernoite, pagamos R$ 20,00 cada um, que valeu muito a pena, apesar de não ter café-da-manhã.
                  Como saldo do segundo dia de aventura, foram 108 Km aferidos, média 17 Km/h, 84 subidas e 03 chuvas, a última muito forte, já perto do destino, nos deixando ensopados.
                  No dia seguinte, 07 Jul, o terceiro dia de viagem, roupas lavadas e limpas, esquecemos a cordinha do varal que fizemos no próprio quarto da pousada, e saímos pra tomar café já totalmente equipados. Achamos um bom café numa outra pousada perto da praia (Hotel Pousada Oásis), onde Marco negociou com o Val e fechou por R$ 8,00 cada um, o que foi uma salvação, não tinha pão na única padaria do lugar...
                 Fizemos umas fotos da praia de Sítio do Conde, verificamos que a maré já estava enchendo, e aí surgiu o nosso primeiro impasse: se conseguiríamos ir pela praia para Mangue Seco-BA, a nossa grande dúvida na fase de planejamento da viagem. O Google Earth é impreciso na região, os mapas consultados não têm confiabilidade por causa da área inóspita e, aparentemente, todos que perguntamos só conheciam o caminho normal pelo asfalto.
                  Pegamos a opinião de várias pessoas da cidade, e o Margson perguntou para um senhor de idade o caminho para Siribinha, ali próximo, e ele disse simplesmente: “Vá!”. Dá pra imaginar a cara de bôbo do Margson pela boa informação...Logo descobrimos que, mesmo seguindo para Siribinha (virou apelido no grupo...), uns 12 Km adiante, teríamos que transpor um rio, não era garantido que conseguiríamos um barco para a travessia, e ainda teríamos que seguir pela beira-mar com a maré enchendo...Muito arriscado, mas Margson desejava mais isso que as longas subidas da estrada asfaltada...Decidimos voltar para Conde, já no caminho para o asfalto da Linha Verde, onde teríamos mais informações confiáveis sobre o nosso itinerário do dia.
                 Foi então que dois motoristas de táxi tiraram nossas dúvidas de vez, eliminando o mal-estar e a polêmica no grupo, já que a metade queria ir por um caminho, e o restante por outro. Nos disseram que, se a maré estivesse seca, poderíamos ir até o Lago Azul pelo asfalto e depois pegar a beira-mar com certo esforço, o caminho de carros 4x4. Mas com a maré cheia, só mesmo pelo asfalto até Pontal, já em Sergipe, pegando o barco para Mangue Seco, voltando para a Bahia. Todos, então, concordaram em aceitar a sugestão dada, optando pelo asfalto mesmo.
                Recomeça, então, a sucessão de subidas gigantescas, uma atrás da outra, causando enorme desgaste em todos. Numa dessas verdadeiras escaladas, Marco e Daniel subiram na frente e, enquanto aguardavam Margson e Luiz, passou um motoqueiro e brincou: “Tem dois caras morrendo e empurrando as bicicletas lá embaixo!” Gaiato...Na verdade, era preciso só muita paciência e muita força nas subidas...
               Noutra ocasião, Margson teve o pneu de trás furado com vidro, e fez sinais para os carros avisarem ao Daniel e Marco para voltar e ajudar...Pneu consertado, mochilas no lugar, pouco adiante furou de novo...Troca de câmara, desta vez até o pneu dele foi trocado pelo reserva que o Luiz levava, foram quatro paradas pra consertar o pneu traseiro do Margson, até que finalmente tudo ficou certo e tivemos condições de prosseguir a viagem...Que sufoco!!!
              Já na divisa da Bahia com Sergipe, num barzinho que paramos pra descanso, alimentação e hidratação, o Marco pagou o maior mico da viagem. Como a gente pedalava, pedalava, não saía da Bahia, e a ponte da divisa estava logo à frente, ele brincou alto: “Sorria, você está saindo da Bahia!” Aí o Luiz olhou em volta, um monte de baiano brabo olhando pro Marco, e disse que muita gente ali não gostou da piada, a mulher que atendia falou logo que não, só depois da placa e da ponte...Marco olhou pra trás e, além de todos ao redor, um velhinho de chapéu tomando guaraná, chamado Sr. Ary, estava fuzilando-o com o olhar...Mais que depressa, ele remendou: “Sorria, você ainda está na Bahia...!” Mas a besteira estava feita e, mesmo tentando ser simpático depois com o Sr. Ary, perguntando meio sem graça um caminho que já sabia, o mesmo ficou repetindo sempre muito alto e num tom bem irônico: “Tudo é Brasil, tudo é Brasil...” Pagamos a conta e saímos voando dali, com medo até de alguém perseguir a gente na estrada...Que derrota!!
                  Chegamos, finalmente e já aliviados, ao Pontal-SE, por uma estrada com 9 Km de terra e um pouco de lama, para pegar o barco pra Mangue Seco-BA, por volta das 16:00hs. O Marco acertou a negociação da travessia com o barqueiro chamado Manoel, que acabou cobrando R$ 35,00 naquele dia e mais R$ 60,00 na travessia do dia seguinte, de Mangue Seco-BA para Porto do Mato-SE, onde está a balsa que leva os carros, e está sendo construída uma grande ponte para completar a Linha Verde de Salvador a Aracaju.
                 Tínhamos muito interesse em conhecer Mangue Seco, onde foi filmada a novela Tieta do Agreste, um local humilde, mas muito acolhedor, com belíssimos cenários de rio e mar. Chegamos às 16:50hs, após 15 minutos de travessia, e ficamos encantados com a hospitalidade do Júlio e da Miriam, da Pousada Grão de Areia, que fizeram um macarrão maravilhoso pra nós, com carne e tudo, por apenas R$ 20,00 no total. Pelo pernoite, depois de uma breve negociação, foram cobrados apenas R$ 25,00 de cada um.
                 Findo o terceiro dia, percorremos 74 Km, enfrentamos duas chuvas, média caiu para 15 Km/h por causa das 66 subidas, mas a moral aumentou muito graças à beleza do local.
                No dia seguinte, o quarto dia de viagem, dia 08 Jul, alvorada bem cedo, saímos às 06:00hs, sem café, para conhecer a vila (tem igrejinha, tem até um “shopping” de madeira...), as dunas onde antes havia um manguezal (daí o nome Mangue Seco) e a praia muito bela com ovos de tartaruga do Projeto Tamar. No início do passeio, quem acompanhou a gente foi um cachorrão bem simpático, tipo amigão mesmo, amarelo e bem manso, que o Luiz apelidou de Quinta-Feira, por causa do dia da semana e em alusão ao filme do Robinson Crusoé, “O Náufrago”, que tinha o Sexta-Feira. No final do passeio, na volta à pousada para o café, nosso amigo Quinta-Feira achou a sua dona, uma menina de uns 10 anos que procurava por ele para alimentar, e nos disse que ele gostava de seguir os turistas, seu nome era Melo. Nem nos despedimos dele direito, não rolou nem uma barrinha de cereais pra ele, achamos que ele ficou meio frustrado...Valeu pela companhia (e pela diversão de correr atrás dos pássaros quero-quero), Quinta-Feira!
                 Nossa estadia foi muito prazerosa, no café farto servido pra gente não sobrou nada, só um pedacinho de bolo que ninguém aguentava mais...O “marmitão” daquele dia estava garantido...Levamos ótimas recordações de Mangue Seco, incluindo conchinhas achadas na praia...Pedimos ao Manoel, por telefone, para antecipar nossa travessia para as 09:00hs (combinado era para as 10:00hs), no que fomos plenamente atendidos.
               Iniciamos nossa jornada no quarto dia às 10:00hs, após 25 minutos de travessia de Mangue Seco-BA para Porto do Mato-SE, num cenário belíssimo que não sairá da nossa memória tão cedo...Nosso destino era Aracaju-SE, na estrada encontramos muitas subidas e um bom velhinho que nos deu informação muito precisa da quilometragem à frente, muito obrigado e que Deus o abençoe!!! No meio do caminho, parada na Padaria da Marleide para alimentação e hidratação, e acabamos cruzando com um burrinho que ficou relinchando com a genitália “animada” ao ver o Margson, o último do grupo a passar por ele...Que paixão, hein??
              Aproveitamos pra fazer xixi e tirar umas fotos da nova ponte de 1 Km que cruza o Rio Vaza-Barris, no acesso a Mosqueiro, pouco antes da chegada em Aracaju. Acontece que a partir de então, o Luiz ficava atormentando o Daniel, perguntando sempre o nome do rio, até que o pobre acabou gravando de uma vez por todas...
              Chegamos em Aracaju às 15:00hs, mas ainda esperamos passar uma chuva à nossa frente pra não chegarmos na casa da cunhada do Margson, a Denise, nosso destino, inteiramente molhados...
             Neste quarto dia, fizemos mais 62 Km, 16 subidas para uma média de passeio de 15 Km/h no trecho e somente uma chuva no caminho.
             No apartamento da Denise, à beira-mar, tivemos total conforto, com roupa lavada na máquina e varal na varanda pra secar, no estilo favelão mesmo, que vergonha!!! Ela é muito legal, um bom papo, gosta de aventuras e viagens, já fez até rally, entende bem essa nossa “loucura”, e nos deixou muito à vontade inclusive quanto à alimentação, oferecendo sempre o melhor, sem custo algum para nós. Procuramos deixar tudo arrumado, mas a bagunça é inevitável desde a chegada até a hora de partirmos, o que deve ser terrível...Nossos sinceros agradecimentos à melhor estadia da nossa viagem, por tudo que passou por nós ela merece mesmo uma vaga no céu!!!
                No quinto dia de viagem, 09 Jul, acordamos muito cedo, pois teríamos a mais longa jornada da nossa aventura. Tomamos um ótimo café-da-manhã com lazanha, omelete e pão com queijo e presunto, que o Margson fez pra nós, com tanto carinho, que queria levar pra comer na estrada...Deixamos a casa da Denise às 05:50hs, sem acordá-la (será mesmo???), pra ganhar tempo aproveitando o máximo de tempo claro naquele dia.
               Este trecho já era de conhecimento do Marco e do Margson, como todo o trajeto restante até em casa, do Projeto Aramaré (Aracaju/Maceió/Recife), realizado de bike, com sucesso, em 2009, mas com menos chuva e lama. Portanto, já sabíamos a “pauleira” que teríamos pela frente...
               Quando atravessamos a ponte sobre o Rio Sergipe, na saída de Aracaju, pegamos duas chuvas e, no intervalo entre elas, furou o pneu traseiro do Daniel por três vezes, com vidro. Devido ao peso das bikes, aprendemos a usar a cerca de arame farpado como macaco de apoio, facilitando o conserto sem desmontar as bagagens.
                Até que começou uma chuva medonha, a maior de todas, que durou mais de 50 Km, ou seja, mais de 03 horas com chuva e frio, até passarmos Pirambu e pararmos numa padaria e numa mercearia para xixi, alimentação e hidratação. O tempo só melhorou na “Ladeira da Morte”, como chamamos, perto de Japaratuba. Esta sim, nos esquentou por ser bem íngreme, e antecede o estradão de terra e lama para Lagoa Redonda, durando exatos 50 Km até encontrar o asfalto para Pacatuba (lado esquerdo) ou Brejo Grande (lado direito).
               Neste caminho, paramos para comer uma ótima coxinha com Coca-Cola em Lagoa Redonda, além de nos divertirmos com um depósito de construções que vende “lajes e virgas”...Passamos ao lado da Reserva Biológica de Santa Isabel, com suas formações de dunas e alagados que apelidamos de “Lençóis Sergipanos”, incluindo um poço de petróleo bem ao lado da estrada, ambos mereceram umas fotos de lembrança.
              O sobe e desce é uma constante nessa estrada de terra, o que, juntamente com a lama e as poças, fizeram a nossa média neste trecho não passar de incríveis 08 a 09 Km/h...Para uma melhor noção do nosso esforço, foram cinco horas e meia pra percorrer estes infindáveis 50 Km...
               Para dar mais emoção, o Daniel, que ia à frente num determinado momento, levou uma corrida de um cachorrinho e, logo em seguida, de um cachorrão cinza, grande, que o fez pedalar feito um louco, deixando o pobre assustado e branco por muito tempo...Quanta emoção!!! O restante do grupo ainda ganhou uns latidos, mas o Daniel ficou traumatizado pelo resto da viagem...
              Finalmente, já no limite do pôr-do-sol, às 17:35hs, alcançamos o bendito asfalto, que não chegava nunca...Cada pessoa que perguntávamos dava uma distância diferente, parecia que os quilômetros aumentavam ao invés de diminuir...Fizemos uma hidratação rápida e decidimos assumir um risco calculado, percorrendo os 20 Km para Brejo Grande, para a direita, totalmente noturno e sem a luz da Lua. Daniel foi iluminando o caminho, com seu farol poderoso, Luiz e Marco no escuro mesmo, seguindo Daniel e Margson num emocionante e nada recomendável “vôo por instrumentos”...
              Chegamos, afinal, a Brejo Grande-SE, às margens do grandioso Rio São Francisco, o Velho Chico, de tanta história e tradição, bem à noite, exatamente às 19:05hs. Exaustos, mas felizes, rumamos direto para a Pousada das Mangabeiras, da Tia Neuza, que nos recebeu com um largo sorriso. Marco e Margson já a conheciam da viagem de bike do ano passado, perguntaram pela pequena Bianca (Margson tinha dado uma garrafinha de bike pra ela beber água mineral na escola, não a água do rio!!!), sua filha, agora ela estudava em Aracaju pra se tornar advogada, o seu sonho...Enquanto isso, o nosso macarrão de todo dia estava sendo preparado com muito carinho...
              Do jeito que estávamos mesmo, ainda sujos e cansados, encaramos com enorme alegria um panelão de macarrão do tipo parafuso, com molho de tomate e tempero bem caseiro, que devoramos com vontade. Afinal, neste dia, foram mais de 13 horas de pedal, uma loooooonga jornada que deixou todos bem destruídos...Foi uma etapa muito dura, não só pela distância (110 Km) e tempo total, mas também pelos 50 Km de estradão de terra e lama, as chuvas fortes e os pneus furados, deixando muito pesado o nosso pedal, gastamos muita energia a mais...
              Acontece que o macarrão da Tia Neuza era muito para nós, e deixamos metade do panelão para o café-da-manhã do dia seguinte...Precisávamos era de cama e repouso! Não sem antes o Marco assistir ao Jornal Nacional e ver a previsão do tempo, como todas as noites, já que o inverno no Nordeste, este ano, é de chuvas anormais...Como vimos que nada seria muito diferente do que tínhamos passado, decidimos dividir a etapa do dia seguinte para Maceió em duas, devido ao dia cansativo enfrentado, e pelas longas subidas que teríamos pela frente, mais que conhecidas no ano anterior pelo Marco e Margson...Seriam “apenas” cerca de 70 Km para Duas Barras-AL, e mais 70 Km no outro dia para Maceió-AL. Assim, nossa viagem passaria para 10 dias totais, e o Luiz começou a temer ser despedido do trabalho, sua licença era só para 10 dias, nada podia dar errado...Lógico que ligou pra avisar a chefia!!! Os demais do grupo estavam de férias, mas ele não...
              Neste quinto dia, metade da viagem, foram percorridos mais 110 Km (435 Km no total), subimos mais 73 ladeiras de todos os tamanhos (total de 260) , a média geral caiu para apenas 13 Km/h e pegamos três chuvas fortes (total 10, até ali). Pelo pernoite, macarrão e café, Tia Neuza nos cobrou apenas R$ 27,00 de cada um, que pagamos com prazer...
             No dia seguinte, 10 Jul, acordamos renovados e encaramos o panelão de macarrão no café, apreciando a grandeza do Velho Chico e registrando os afazeres dos nativos em fotos. Tudo gira em torno do rio, lavam roupas, bicicletas, animais, recolhem água pra beber...Quanta fartura do precioso líquido!!! O que víamos do outro lado não era a margem, mas a primeira de duas ilhas, até chegar em terras alagoanas na outra margem do rio, que é a divisa entre Sergipe e Alagoas. É muita água!!!
             Bem, voltando ao macarrão: era tanto, que sobrou um bocado para os filhos de criação da Tia Neuza...Que café caprichado!!! Fizemos um bom “marmitão” para aquele dia...Como o percurso era menor, relaxamos quanto ao horário de saída. Nos despedimos de todos, agradecemos pelo carinho e atenção, tiramos mais fotos e ainda fizemos o barqueiro da travessia do rio esperar pela gente se aprontando...É muita cara de pau!!!
            Pagamos somente R$ 2,50 cada um pela travessia do Velho Chico, num barco maior e com cobertura de PVC pra escapar da chuva que caía (sempre ela...) e, depois de 22 minutos de água (muita água...), passando entre as ilhas pra cortar caminhos e escapar das ondas e da correnteza, chegamos a Piaçabuçu-AL. Pra escapar da chuva torrencial logo na saída para o pedal, nos abrigamos numa tenda. Aí o Daniel teve a brilhante ideia de fazer uma botinha com saco plástico, que conseguiu de graça, num depósito de material de construção bem defronte. Ótima pedida, já que assim não ficaríamos com os pés encharcados depois das chuvas...Marco aderiu à sugestão e comprou uma fita isolante a mais, pra dar um melhor acabamento à botinha improvisada e deixá-la mais firme no pé. Só não durava muito na sola, por causa do clipe, mas atingiu plenamente o objetivo, apesar de ficar meio baiano também...Mais um motivo de gozação no grupo!!! E as botinhas duraram até o final do dia...
              Na saída, depois da chuva, ainda achamos o Lava-Jato do Max. Gentilmente tirou toda a lama, terra e areia das nossas bikes, que foram depois devidamente lubrificadas com óleo especial nas correntes, o Finish Line Seco, com teflon, que não deixa grudar sujeira, apesar de durar menos na chuva.
              Começamos, finalmente, nosso pedal no sexto dia às 10:00hs em ponto. A chuva foi embora e o sol forte apareceu durante todo o  tempo, obrigando a gente a reforçar o protetor solar no caminho.
              O sobe e desce foi intenso, pra espantar a monotonia a gente ficava arrumando brincadeira um com o outro, pra depois tirar onda. Numa subida, o Daniel foi na frente e de repente parou lá em cima. Quando a gente viu, começou a balançar e brincar com uma cobra...Achamos que ele tinha perdido o juízo, ou que o sol estava fritando os miolos dele...Nada, era uma corda que achou na pista pra enganar a gente...Pouco depois, Marco e Margson pegaram dois parafusos na estrada, um pequeno e outro bem grandão, pra brincar com os outros. O Daniel, no início, até pegou o pequeno pra ver se não era da bike nova dele, mas quando viu o grandão percebeu que era gozação...Mas o Luiz ficou preocupado mesmo, tentando descobrir de onde eram aqueles dois parafusos...
              Assim, o tempo passou mais rápido na estrada. Num posto em Coruripe, o frentista Pedro indicou uma pousada boazinha no nosso local de destino, e logo chegamos na Pousada Duas Barras, da Vanusia e Cristiano, às 16:15hs. Bem mais inteiros que no dia anterior, ainda recompondo os músculos e “caminhos das índias”, com uma média “de passeio” no asfalto e bom acostamento, mas quase uma “mérdia”.
             Aproveitamos pra conhecer e tirar uma fotos do vilarejo de Duas Barras-AL, pequeno e muito bonito no encontro de um rio com o mar, com duas barras próximas, daí o nome.
            Nos deliciamos, como de costume, com um saboroso macarrão caseiro no jantar, na própria pousada, muito aconchegante e bem rústica, no que pagamos R$ 33,00 no total, cada um, pelo pernoite, jantar e café no dia seguinte. Nada mal!
            Foi então que, ainda de noite, o Daniel descobriu que tinha sido premiado, mais uma vez, com o pneu traseiro furado, o quarto dele, igualando ao Margson. Consertou e aproveitou pra fazer o rodízio nos pneus, o traseiro já apresentava sinal de desgaste mais acentuado. Também se preveniu para rodar nos acostamentos com sujeira e vidro quebrado, além da lama que viria dois dias depois.
            Neste sexto dia, percorremos somente 68 Km, mais 28 ladeiras na nossa conta, pegamos só uma chuva e a média de passeio permaneceu em 13 Km/h.
            No sétimo dia de aventura, 11 Jul, depois de uma noite de ótimo repouso, fizemos o nosso tradicional “marmitão” no café e pegamos a estrada às 08:20hs, com destino a Maceió-AL, numa velocidade média ainda de recuperação.
            Até que o pneu traseiro do Margson furou de novo, a quarta vez dele na viagem, sendo consertado por ele debaixo do maior “toró”, com direito a molhar os “fundilhos” e tudo, sentado no chão alagado, enquanto ríamos da situação, mas abrigados da chuva e do vento no meio do canavial...Que amigos, hein??? Ainda bem que a chuva durou bem pouco, e voltamos pra ajudá-lo a encher, com a bombinha manual, as 50 libras de praxe, na base do revezamento pra não sacrificar um só...
            Depois disso, as ladeiras mais acentuadas foram aparecendo e minando nossas forças, até a chegada no Mirante do Gunga, perto de Barra de São Miguel, onde avistamos Maceió ao longe e tiramos fotos. Nas últimas descidas, mais de 50Km/h de velocidade e emoção, mas nas subidas até uma tartaruga “manca” passava a gente...
           Numa parada num posto para alimentação e hidratação, aproveitamos para calibrar os pneus com as 50 libras habituais, e aí o Marco desconfiou que seu pneu traseiro estava baixando, mas decidiu continuar até o destino. Mais próximo, já em Maceió, calibrou mais uma vez, o conserto seria feito à noite na pousada.
            Tinha uma razão a nossa pressa em chegar logo: daria tempo de assistir à final da Copa do Mundo, entre Holanda e Espanha, já no aconchego de uma boa cama...
           Chegamos no Hotel Saveiro às 15:25hs, a tempo de assistirmos ao jogo desde o início, e vermos a vitória da Espanha por 1 a 0 no finalzinho, muita emoção e uma bonita festa dos campeões. O Brasil? Esquece, fomos eliminados pela Holanda, finalista, ainda nas quartas-de-final por 2 a 1, de virada, quando éramos favoritos...O hexa fica para 2014 no Brasil, né????
           Bem, saímos para jantar numa lanchonete chamada, sugestivamente, de MacarrãoShow!!! Adivinha o que comemos??? Aquele de sempre, o nosso bendito macarrão de todo dia, que devoramos com prazer por R$ 13,00 cada um. O Marco, de forças renovadas, descobriu o primeiro pneu furado em 07 viagens de bike, um pedaço minúsculo de arame causou a derrota da “primeira vez”...Conserto feito, bikes prontas para o dia seguinte, com perspectiva de muita lama até Maragogi-AL.
           Neste sétimo dia, a conta foi a seguinte: 71 Km, mais 29 ladeiras, só uma chuva, mais um pneu furado (o nono de todo o grupo dos “Siribinhas”...),pernoite a R$ 25,00 cada, incluindo um ótimo café-da-manhã.
           No outro dia, o oitavo da nossa grande aventura, 12 Jul, após o “marmitão” saímos às 08:20hs num bom asfalto, e logo deixamos a capital alagoana com chuva, nos deixando apreensivos quanto ao trecho de lama depois de Barra de Santo Antonio, com 18 Km de extensão. Perguntamos aos guias de turismo na entrada da cidade as condições do caminho, mas eles acabaram nos deixando ainda mais enrolados, estressados e confusos. Tínhamos três opções: a estrada asfaltada que acrescia 20 Km, e com muitas subidas (chiadeira geral...); o caminho de lama; ou a beira-mar com a maré enchendo, passando pela Praia do Carro Quebrado e suas altas falésias(que poderia se transformar na Praia da Bike Quebrada...).
           Decidimos enfrentar a lama, um pouco a contra-gosto, mas o caminho “menos pior” para nós, com a atenuante de não estar chovendo no momento. Lógico que pegamos lama até a canela em alguns trechos, mas até que deu pra gente se divertir com o show de equilíbrio no pedal...Tinha até urubu pousado na estrada, seria carniça à vista??? Marco e Daniel foram na frente, mais destemidos, Margson e Luiz mais cautelosos atrás, algumas vezes tirando a lama com a mão pra bike simplesmente poder rodar...Haja força e emoção!!!
           Chegamos aliviados e ainda um pouco estressados para a nossa terceira travessia de rio, para alcançarmos Barra de Camarajibe, com o barqueiro Tonho, que nos cobrou apenas R$ 1,00 de cada um. E ainda ajudou no embarque e desembarque das bikes! O Margson, bonzinho, pagou R$ 10,00 ao amigo pelos bons préstimos, em nome de todo o grupo. Ele ainda nos indicou um lava-jato nas proximidades, pra tirar toda a sujeira das nossas “magrelas”, com certeza mais “gordinhas” depois de tanta lama...
           Bikes enxutas novamente, rumamos para Porto de Pedras-AL num asfalto simples, com a companhia de diversos carcarás (uma espécie de gavião pequeno) pelo caminho, talvez até o mesmo que deu um rasante no Marco na sua primeira viagem de bike pela região...
           Depois da coxinha e do pastel no bar do Cal, atravessamos mais um rio de barco a motor, pagando R$ 2,00 cada um pela bela travessia, com direito a fotos.
           Mais 5 Km de terra novamente, mas sem lama, e perto de Japaratinga-AL encontramos um casal de ciclistas colombianos, Alejandro e Maria, que viajavam de bike de Belém do Pará até o Rio de Janeiro, com previsão de dois meses de pedal. Que senhora aventura!!!  Desaconselhamos o camping selvagem que estavam prestes a realizar à beira-mar, sem nenhuma infra-estrutura ou segurança. Sugerimos que seguissem até Porto de Pedras, com mais apoio, e que trocassem os pneus finos por outros com cravos, para evitar furos e tombos na lama...Boa viagem, amigos, guardamos boas fotos de lembrança!!!!
            Logo chegamos ao bom asfalto novamente e, como estava anoitecendo e com ameaça de chuva de novo, Marco e Daniel voaram na frente, para deixar um bilhete na casa de uma amiga deste no caminho. Já quase noite, passamos em frente ao Bar do Zé Peidão e o Bar do Zé Cagão, bem defronte um do outro na pista, logo perto de Maragogi. Lógico que paramos pra registrar em fotos, alguém podia não acreditar, né? O pior é que Marco e Margson descobriram, na viagem de bike do ano anterior, que o nome do Zé Peidão, dito por ele mesmo, é de registro mesmo, José Peidão da Silva, e outro é seu tio, José Cagão da Silva...
            Quando chegamos em Maragogi, na Pousada Galé Mares, bem na beira-mar, às 17:45hs, outra surpresa: mais um furo no pneu traseiro do Margson (o quinto dele e décimo dos “Siribinhas”), que consertamos enquanto um macarrão maravilhoso (de novo???) estava sendo preparado num restaurante ao lado da pousada. Não precisa nem dizer que devoramos com vontade, e pagamos R$ 10,00 cada um com muito prazer, ainda sem banho mesmo...
           Afinal, naquele oitavo dia pedalamos 97 Km e fizemos muita força com a lama que grudava nos pneus, fomos desafiados por mais 35 ladeiras, a média permaneceu em pacatos 13 Km/h, e pagamos R$ 25,00 cada um pelo pernoite na pousada, com direito ao café.
           No nono dia de viagem, 13 Jul, depois do tradicional “marmitão”, saímos já debaixo de chuva às 08:30hs de Maragogi, decididos a pernoitar em Barra de Sirinhaém-PE a 70 Km dali, caso tudo corresse bem, deixando mais 70 Km para o último dia chegando em Recife.
           Foi a melhor solução, uma decisão muito sábia, pois foi só entrar no estado de Pernambuco, antes de São José da Coroa Grande, para o acostamento sumir e nos deixar muito vulneráveis na estrada, os veículos passavam muito perto de nós e nos assustávamos sempre. Acontece que a PE-60, a estrada do litoral que estávamos, recebia todo o trânsito desviado da BR-101, interrompida em Palmares-PE devido à ponte destruída pelas enchentes.
           Nosso “plano de vôo” previa a passagem por Barreiros-PE, com entrada em Tamandaré-PE, prosseguindo pela praia até o nosso destino. Mas ficamos inteiramente desolados ao vermos a grande confusão e a destruição de tudo ainda na entrada de Barreiros. Chegamos a tirar fotos das casas destruídas pelo rio que encheu há poucos dias, levando a miséria e a sujeira de todo o tipo para um local outrora próspero...Barracas foram montadas para os desabrigados pelo Exército, em local alto, assim como a lama e toda a sujeira retirada da cidade era despejada numa área ao lado da estrada, com um odor horrível de coisa podre...Que tristeza!!!!
             Continuamos nossos sustos até a entrada de Tamandaré, de tão aliviados tiramos algumas fotos da Reserva Biológica de Saltinho, sua cachoeira e sua belíssima vegetação formando um túnel...Um vento contra miserável e, 8 Km depois, paramos numa padaria no centro da cidade de Tamandaré pra comer pão doce, já era perto do meio-dia.
             A partir dali foi bom demais, fomos pedalando pela praia cerca de 7 Km, com vento a favor e um certo esforço na areia fofa, maré sequinha, até a Praia dos Carneiros. As fotos registraram o cenário paradisíaco ao longo daquela orla, nos deixando encantados mesmo...
            Quando chegamos para a travessia do Rio Ariquindá para o outro lado, chamado Guadalupe, não encontramos o barqueiro conhecido do Marco, que estava de folga. Enquanto esperávamos outro, o próprio Marco passou uma conversa num barqueiro, chamado Alex, que chegava com turistas e, depois de uma bem-sucedida negociação, acertamos a travessia para todos por apenas R$ 12,00, quando inicialmente ele concordou em nos levar por R$ 12,00 cada um...Apelamos para a caridade que ele faria, tiramos foto dele e do barco pra aparecer nas revistas de bike, e só assim ele baixou o preço...E ainda, ao chegarmos, tirou cada uma das bikes do barco, só não aguentou sozinho a do Margson, a última a desembarcar, por causa do peso (muita bagagem...), tivemos que ajudá-lo. Valeu, amigo, Deus lhe pague em dobro!!!!
             Ainda tivemos que empurrar as bikes um pedacinho na areia e subir umas escadas pra atingir o asfalto final até Barra de Sirinhaém. Já sonhávamos com o banho de piscina na pousada que Marco e Margson ficaram no ano anterior, fazendo a alegria do professor de natação, que brincava feito um patinho...Que desilusão, ao chegarmos a tal pousada estava totalmente ocupada pelo pessoal que construía a rodovia e a ponte sobre o rio que acabamos de cruzar. Perguntamos por alternativa, e indicaram uns quartos de aluguel da D. Severina, perto dali, que nos acolheu muito bem, mas teríamos que ocupar só depois das 17:00hs, e ainda eram 16:00hs...
             Acertamos tudo com ela, deixamos as bagagens no quarto e fomos, de bike mesmo, tratar de arrumar o bendito macarrão pra jantar no Restaurante da D.Lila. Enquanto ficava pronto, fomos tirar fotos no encontro do rio com o mar, ao fundo a Ilha de Santo Aleixo e um belo pôr-do-sol.
             De novo, mas pela última vez na viagem, tivemos o prazer de comer um suculento macarrão, com fartura, por módicos R$ 8,00 cada um, apagando de vez o trauma do primeiro dia, na Praia do Forte...No dia seguinte, já estaríamos jantando em casa...Será que alguém ainda ia comer macarrão???
            Ao final daquele dia pedalamos 67 Km, pegamos mais 28 ladeiras, tomamos só uma chuva e pagamos R$ 15,00 cada um pelo pernoite.
            No dia seguinte, o último da nossa aventura, 14 Jul, acordamos bem cedo e fomos já prontos para a padaria tomar um café reforçado e fazer o “marmitão”. Sabíamos que teríamos mais lama e poças pelo caminho em frente, por isso tratamos de nos alimentar e hidratar bem.
            Mas ainda tínhamos mais uma travessia de rio, o sexto, até alcançarmos Toquinho, por R$ 2,00 cada um. Já do outro lado, pegamos mais uma chuva boa logo de cara, um pouco de lama e muitas poças na estrada para Serrambi, algumas delas bem profundas, mas com desvio providencial pelas laterais pra gente não submergir...Marco e Margson passaram por este mesmo sufoco ano passado, e quase afundaram no meio de uma dessas poças...
            Assim chegamos ao Pontal de Maracaípe, onde tivemos que esperar um pouco para os barqueiros acordarem, para a nossa sétima e última travessia de rio. Enquanto esperávamos, ficamos apreciando um monte de carneirinhos pastando ali bem perto, uns até brincavam e faziam pose pro Daniel e Margson tirarem fotos...
            Pagamos R$ 2,00 cada um, com direito a molhar nossos calçados até o barco (íamos secar em casa mesmo...) e empurramos um pouco as bikes até a beira-mar. Tentamos pedalar na areia fofa, mas estava muito cansativo e seguimos pela estradinha um pouco acima, passando por Maracaípe até Porto de Galinhas. Passamos de passagem pela vila, por causa do grande movimento, paramos para alimentação, hidratação e “retoque da maquiagem” (protetor solar) num posto logo depois, e lubrificamos as correntes pela última vez.
             Tínhamos a intenção de seguir pela estrada de terra da Usina Salgado, mas tivemos que dar meia volta por causa dos alagados e enfrentamos mesmo o asfalto até a famigerada PE-60 de novo. Marco e Daniel aproveitaram o vento a favor pra botar um “peguinha”, Margson e Luiz foram “na manha”, e depois todos foram juntos fazendo trilha no acostamento, com lama e tudo...Abandonamos, em definitivo, a PE-60 na entrada para Gaibu, seguindo até Itapuama, onde tomamos um refrescante caldo de cana depois de mais alguns sustos no asfalto sem acostamento.
               Um trechinho de terra e tivemos o prazer de pedalar na ciclovia da nova Reserva do Paiva, um excelente passeio e pausa pra tirar fotos da bela ponte, recentemente inaugurada.
Mais um pouquinho de pedal e, depois de 10 dias de muita aventura e muitas histórias pra contar, chegamos ao barzinho dos amigos do Margson, à beira-mar de Candeias, onde brindamos com água de côco o final da nossa longa aventura...
              Assim, neste último e derradeiro dia, pedalamos 94 Km até nossas casas, subimos mais 22 ladeiras e pegamos apenas uma chuva.
              No total, 832 Km de prazer no pedal em 10 longos dias, 382 subidas de todos os tipos, 15 chuvas, 07 travessias de rio, 10 pneus furados (só o Luiz escapou, apesar dos pneus semi-slicks usava fitas anti-furos) e uma média horária de 13 Km/h bem mansos...Sim, as “partes baixas” resistiram bem, assim como todos chegaram mais ou menos inteiros, uns mais outros menos...
             Fazendo as contas, o Marco gastou R$ 425,00 em dinheiro na viagem, tudo computado, mais R$ 38,00 no cartão e R$ 138,00 do ônibus para Salvador, totalizando R$ 601,00, mas a satisfação de fazer uma longa viagem de bicicleta não tem preço...
            Não podíamos deixar de agradecer ao bom Deus o nosso inteiro sucesso, assim como agradecemos, de coração, o apoio e as “rezadinhas” das nossas queridas e sempre adoradas famílias, além de parentes e amigos, todos torcendo e rezando para que esta nossa “falta de juízo” fosse abençoada e iluminada por todos os anjos e santos...Valeu, pessoal !!!!
            Aos nossos amigos do Projeto SARAMARÉ 2010, apelidados carinhosamente de “Siribinhas”, só nos resta agradecer uns aos outros pela agradável companhia nestes 10 dias de convivência. Em momentos de alegria ou de estresse, e diante de ritmos bastante variados, a certeza de que os laços de amizade concretizados ao longo dos anos sempre prevaleceram, superando fraternalmente as diversas situações de desgaste físico ou mental.
              Estamos todos de parabéns pela garra, determinação e superação de limites na chegada triunfal ao “lar, doce lar”, uma vitória de todos pela simples união dos esforços individuais, pelo incentivo e pela motivação que movem amigos para sempre...
             Que Deus abençoe sempre estas nossas “loucuras”!!! Como dizem os sul-africanos, voltamos mais “bafana, bafana” (garotos, garotos)!!! Até a próxima aventura no pedal !!!   

Galeria de fotos do Projeto SARAMARÉ